segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Das nostalgias, romantismos tolos, observações clichês e outros sentimentos aos quais nos damos ao luxo de vez em sempre
Cá comigo - nesse ínicio de semana que já me veio turbulento e nem sabe - comecei a pensar no que ando ruminando a mais de uma semana nessa cabeça atoa que me trago aqui e pensei: estou enferrujando e não posso mais. Devo confessar que não foi por falta de inspiração pois, até crítica me deu vontade de fazer! Acho que foi preguiça mesmo... Cruzes.
E então, por sorte ou azar, já que nunca podemos saber ao exato o que esperar das coisas e das criaturas, uma série de acontecimentos me veio juntar algumas idéias e resolvi escrevê-las antes que fujam correndo a mil por hora de mim como fazem tantas e muitas vezes!
Dos romantismos tolos.
Eu que já fui dessas românticas incuráveis, platônicas em demasia, às quais viviam o primeiro e último amor a cada instante; Me perdi desse perfil, dessa mágica e dessas angústias provocadas em cada suspirar.
Dada essa perda, comecei a notar o quão fria e vazia ficou a minha existência! Dias tórridos, noites longas, sorrisos perdidos em dentes apenas e olhos... não mais! Admito: acho tudo isso um saco, um absurdo total e comecei um novo perfil: amar desesperadamente e loucamente os que se atreverem - feios ou bonitos, egoístas ou não, chatos, mansos, com ou sem beijos. E o resultado então: amo todos os dias, me apavoro e tremo com os meus amores e as minhas paixões. Pronto! A vida agora é deliciosa e sem perder seu equilibrio natural.
Das observações clichês eu vi como as crianças são felizes! Livres, com pensamentos e imaginações capazes de mover um mundo inteiro. Não há maldade e quando há é daquela maldade ramificada no bom, enraizada no bem. Há as travessuras, as desventuras e uma esperaça quase ofuscante que chega a cegar.
Nós vivemos correndo, vivemos sem tempo, vivemos interessados em algo que não nos acrescenta nada de fato, vivemos escaldados e de mau com um mundo que é nosso amigo tantas vezes, chateados e cada vez mais cansados pra rir, pra curar aquelas mágoas sem razão, pra se libertar e viver. Somos os mestres em julgar e não nos aproximamos de fato do que erroneamente apontamos e declaramos opiniões.
Felizes erámos quando andávamos de bicicleta, chorávamos por teimosia ou por joelho esfacelado, erámos ricos com R$ 0,10 centavos e a Xuxa era o melhor programa de TV.
Deve ser a proximidade do meu aniversário e ai, vem as nostalgias. Um acontecimento que me faz repensar, editar, derramar algumas lágrimas e depois ficar super feliz. Aniversário de leonino é assim: melancolia das brabas mas cheio de glamour para não passar batido aquele sorriso fascinante de bichano. Revi as fotos, me transportei pra momentos ímpares, e revivi aquelas tantas ocasiões que fizeram sentir das pessoas mais especiais que a vida já viu.
Misturei tudo num liquidificador quero viver mais de todos esses sentimentos aos quais devemos mesmo nos dar ao luxo. A liberdade feliz e não tendenciosa de sermos crianças, as paixões que devemos nos despertar todos os dias, dados os acontecimentos surreais desse planeta enlouquecido que gira em torno de nós, das nostalgias tantas vezes confundidas e interligadas à saudade, das observações pequenas mas fatais a nos fazer admirar e abarçar a vida nessa dança solene, nunca jamias, importando a batida ou o ritmo.
Nos acostumemos com as coisas costumeiras e façamos delas o nosso impulsionar. Já!
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Batidas na porta da frente...
Um encontro daqueles que te deixam viajando ao mesmo tempo em que a sua concentração e atenção precisam estar focadas para que nenhum acidente mais grave aconteça.
Não foi paixão, amor a primeira vista, contato elétrico. Nada disso!
Eu tive um encontro com o tempo e praticamente fiz uma viagem astral dentro do meu carro em movimento.
E ali, eu vi que parece ter feito muito, muito, muito tempo que me imaginei naquela cena, que sonhei com aquilo; o meu carro, a minha música no rádio, o meu trabalho, o meu jeito de sempre abraçar o mundo e querer resolver todos os problemas possíveis e impossíveis. Parece que faz tanto tempo e que levaria mais ainda pra que tudo isso chegasse a ser e... agora é!
Nesse mesmo pensamento que me deixou leve, bem leve e paralisada com o meu futuro longínquo agora diante dos meus olhos, tato e ouvidos, eu voltei a pensar no tempo atrás em que pensava no quanto isso demoraria. Um tempo atrás que me parece ter sido ontem, anteontem, meia hora atrás. Tempo em que meu coração não tinha tempo pra se reciclar e viva criando as milhares de expectativas pro agora e agora é já.
Não vou mentir que as vezes queria continuar apressando as coisas, enfiando os pés pelas mãos, agindo impulsiva e passionalmente. Afinal, aos olhos alheios, eu ainda "estou na fase".
Mas, pros meus olhos não mais. Eles que tanto me pediram pra enxergar melhor, suplicam também para que eu aja da forma correta e continue sendo quase exatamente assim e apenas aprendendo mais.
Percebi que vai passar mais tempo e eu vou voltar a essa cena daqui há alguns anos descobrindo que quero estar como hoje: leve e realizada - não completamente, pois sempre há mais algo a se buscar.
quinta-feira, 5 de maio de 2011
Já não escondo a pressa, já me escondi demais...
Mas é como alguém me disse ontem, "você vai ficar esperando o momento vir de bom grado pra você?"
Logo eu que me acho tão complexa, vejo que para a maioria das pessoas sou transparente, "uma moldura clara e simples", por vezes até previsível. Realmente, eu não aprendi ainda a surpreender.
E também, surpreender a quem? Ultimamente ninguém me surpreende.
Está tudo comum, como sempre, mas eu quero movimento, deixar de ver a vida passar pela janela e ser a vida.
Só que essa inércia aqui dentro me faz ficar sentada, descansando do cansaço de não fazer nada.
As minhas ações são todas voltadas para um único foco. Eu quero expansão.
Como diz meu rpofessor "somos barrocos com sonhos árcades". Isso se encaixa perfeitamente, sou dual. Mas sou também bucólica...
Pode ser que falte iniciativa, humor e coesão, talvez até mais segurança, pra me mostrar, pra ser, pra acontecer. São tantos os pequenos - imensos - passos que eu tenho que dar, em direção a mim, em direção ao mundo! Deixar de esperar que a "onda" me leve; mas os detalhes. Enfrentar os erros... Errar!
Sonhar uma vida boa, viver um sonho bom. Navegar um tsunami de idéias e aproveita o que me oferecem. Ofertar sorrisos falhados e quem sabe até um pouco mais de pensamento positivo.
Amanhã? Não! Todo dia.
Marya Izadora Perdiz
Esse, sem sombar de dúvidas está me deixando orgulhosa. Minha irmã, linda - cada vez mais linda em palavras, em rostos e sorrisos. Quero que os próximos textos não se façam pelos conselhos e opiniões mas, por você sua vivência, suas vitórias e seus orgulhos. Te amo.
domingo, 1 de maio de 2011
“E você, sabe quem você é?”
A felizarda de hoje é Kelly e esse texto é dela, sem tirar vírgulas e pontos!
Uma simples frase impetuosa em um final de filme e uma conseqüente reflexão complexa sobre a vida de uma pessoa (de minha pessoa).
Embora, muitas vezes tenho optado por não parar e analisar aquilo que sou e onde quero chegar, pois deixar tudo acontecer talvez seja bem mais fácil, chega uma hora que isso é inevitável.
Ai vem toda uma retrospectiva: de onde vim, o que vivi até então, e o que ou quem me acompanha até aqui. Daí eu concluo que minha vida nunca foi planejada, tudo sempre aconteceu por impulso. Os sonhos surgiam em mim e logo iam acontecendo, sem ao menos eu ter tempo pra distinguir se era isso mesmo que eu queria, se é isso mesmo que eu quero. Prefiro acreditar que, até agora, o saldo tem sido positivo.
A verdade é que com minhas escolhas, conscientes ou não, minha vida até então já se modificou “n” vezes e algumas delas, bem radicalmente.
Mas é bem verdade também, que num espaço que não sei aferir o quanto, prevalece uma essência, uma raiz que vem bem de lá de trás: alguns valores, algumas idéias, juízos, pretensões... frutos de toda uma construção de mundo que tenho até aqui, um arcabouço histórico sacramentado. E pra não me perder no que sou, me apego, as vezes mais, as vezes menos, a isso ai.
A grande problemática é, entretanto, tentar uma convivência amigável em o que se foi, o que se é, e o que a realidade lhe oferece para que você continue sendo. É nesse meio termo que impera aquele sutil medo do futuro: será que tudo vai dá certo? e o que é o certo? Seria ser bem sucedida profissionalmente, ter um marido que me ame e me faça feliz, ter filhos lindos e traquinos, poder viajar pelo mundo, ter uma vida espiritual equilibrada, ter família e amigos do meu lado sempre? Acho que se tudo isso me ocorrer, vou poder dizer: deu tudo certo. Hoje em dia, parece ser bem surreal, mas vamos sonhar alto pra se ter pelo menos o mínimo.
A realidade assusta e me faz temer. Mas, vou tentar seguir o conselho de uma útil propaganda televisiva: “adéqüe seu sonho a sua realidade” ou seria “adéqüe sua realidade ao seu sonho” ? Prefiro ficar com a última premissa.
Voltando... A moral da história do filme: não deixe sua vida a mercê do destino, você é o grande responsável pelo que é.
A moral da minha história: o destino até então foi um bom aliado, mas prefiro não correr o risco de ser um produto da sua criação. Vou ser “Senhora do meu Destino”.
Kelly Oliveiraquarta-feira, 20 de abril de 2011
Mais que cisco
Eu me pergunto, por que estar insatisfeita? Tenho casa, cama pra me aninhar, família, amigos, trabalho, um corpo que funciona perfeitamente e até tive amor, não faz assim tanto tempo. Então, por que? Chega a ser egoísmo essa insatisfação contínua que me ronda sem cessar, essa relação quase mutualista entre o estar insatisfeita e eu. Por que?
Creio que essa minha mania de querer abraçar o mundo, fazer tudo ao mesmo tempo agora, dispersar a minha atenção e deixar inúmeras coisas inacabadas pelo caminho ainda vai me paralisar.
Essa insatisfação que move por tantos cantos, tantos sabores, tantas faces e me torna tão desprendida que tenho medo de não me encontrar em mim mesma, no que mais gosto, no que me traz paz.
Preciso instantaneamente de uma linha reta, pra começar a firmar os passos nessa linha e me reconstruir mais uma vez segura e constante. Assim como fico em todas as decisões que tomo em caráter definitivo depois de doses de vergonha na cara.
Fazei-me assim. Me faço agora.